sexta-feira, 25 de maio de 2012

Mania irritante



Alguém saberá explicar-me  de onde vem esta nova moda feminina que leva as mulheres, onde quer que estejam e com quem quer que estejam,  a sacar uma bisnaga da(s) sua(s) mala(s) e a espalhar creme nas mãos como se estivessem em casa e tivessem acabado de sair do banho? A mania do creme nas mãos atinge hoje quase todas as faixas  etárias e diferentes classes sociais, espalhando-se de forma massiva e  mesmo despudorada, por todo o lado: na paragem do autocarro, nos transportes públicos, nos semáforos que nunca mais ficam verdes, no cinema, antes do filme começar, com um olho no creme o e o outro na interminável publicidade, na sala de espera de um consultório médico e até  - já eu vi - no café, ou no restaurante. Será que anda tudo desidratado? E, por mais secas que estejam as mãos, será mesmo preciso andar sempre a espalhar creme como uma necessidade imperiosa e urgente?
Quererá isto significar que no  mundo moderno, marcado pela tirania da imagem e do corpo jovem e perfeito, em que a vaidade impera e se incentiva o culto do que é exterior e visível aos olhos alheios, vale tudo e mais alguma coisa para apagar as marcas do tempo? Enfim, poder-se-iam discutir longamente todas as questões relacionadas com o público e o privado que o assunto possa suscitar, mas, aqui entre nós, será esquisitice minha, ou há certas coisas que devem fazer-se prioritariamente em casa?

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