domingo, 13 de janeiro de 2013

Amour


Durante algum tempo, andei a ganhar coragem para ir ver este filme. Fui hoje. É um filme duro, mas que vale a pena ver. Pelas extraordinárias interpretações de  Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva, por Isabelle Huppert, ou até pela pequena participação de Rita Blanco. Mas, acima de tudo, porque nos mostra um lado do amor que não é o que estamos habituados a ver. Porque fala do que há nele de mais inexplicável e desconcertante. E, também, porque nos deixa desconfortáveis, porque põe a nu muita coisa em que normalmente evitamos pensar, por medo, cobardia, ou seja lá o que for.
 Deixo aqui um excerto do texto sobre o filme, escrito por Teresa Ribeiro no Delito de Opinião, ao qual cheguei através da minha querida Helena Sacadura Cabral que, há cerca de um mês, o publicou também no seu blog.
Este é, talvez, um dos grandes filmes do ano. Digo eu...

Em "Amor", Michael Haneke mostra-nos o que acontece às pessoas que perdem o nome. (...). Neste filme, Haneke também nos obriga à visualização compulsiva da obscenidade que é a perda da autonomia e da dignidade na velhice através do desempenho magistral de Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva. Mas a prova mais difícil de "Amor" tem como figura chave a personagem de Isabelle Huppert, que interpreta a filha do casal idoso. Em entrevista recente o realizador austríaco disse que ficou emocionado quando Huppert aceitou este papel, por ser tão pequeno. De facto são escassas as cenas em que a actriz aparece, mas a sua ausência é parte fundamental do enredo. Huppert somos nós. A indisponibilidade, o egoísmo, a imaturidade, a cobardia e a negação são nossas. E quando já de luto se senta sozinha na casa dos pais, é em nós que se instala o vazio.
Em poucas sessões tenho visto a plateia de uma sala de cinema permanecer sentada, em silêncio, até que as luzes se acendem e a ficha técnica chega ao fim. Não por acaso foi o que aconteceu quando fui ver este "Amor" implacável, inesquecível, de Haneke (...) o filme mais premiado no Prémios do Cinema Europeu 2012, distinguido com os galardões de melhor filme europeu, melhor actor e melhor actriz e também vencedor da Palma de Ouro em Cannes, na edição deste ano. A não perder.

8 comentários:

  1. Ainda não tive coragem para ir ver....com a minha disposição actual talvez não seja muito aconselhável, atnto mais que adorava o Trintignant em jovem...faz-m impressão vê-lo envelhecer:

    Bom Domingo!

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    1. O filme é como "um murro no estômago"... Mas, também por isso, é imperdível.

      O Domingo está no fim. Bom resto de Domingo e boa semana.
      Beijinho

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  2. Vou seguir o conselho!!!
    Boa semana****

    http://saladosilenciocorderosa.blogspot.pt/

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    1. Obrigada Vânia! Boa semana também para si!
      Beijinho
      Isabel Mouzinho

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  3. No meu grupo mais restrito de amigos, só eu ainda não fui ver. E nem sei se irei... já sei muito do filme, que dizem categoricamente excelente. Muito provavelmente vejo em DVD.
    Bjos

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    1. No cinema, ou em DVD, este é um daqueles filmes que não se deve perder.
      Eu prefiro no cinema, sempre!

      Beijinho :))
      Isabel

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  4. Obrigada pela sugestão!!
    Gostava de ver, vou tentar...
    Bjo e boa semana :)

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    1. Vale a pena!
      Obrigada Maria Vitória. Boa semana para si!
      Beijinho
      Isabel Mouzinho

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