segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Austeridade, ou a pescadinha de rabo na boca



Não percebo nada de economia. Limito-me a ver, a ouvir e a ler, porque me interessa o que se passa à minha volta e mais ainda quando me diz respeito.
A mim também me custa muito esta austeridade, que sinto na pele e na vida todos os dias, como tantos portugueses, quase todos, embora, seguramente, uns mais que outros.
Hoje, li no DN um artigo de opinião de João César das Neves que me pareceu claro e que me fez sentido. Transcrevo apenas um excerto. O artigo inteiro pode ler-se aqui. 

Dizem por aí que não há alternativa à austeridade (...) Na economia, como na vida, existem sempre alternativas. (...) A dificuldade não está em achar outros caminhos; o que é raro é que sejam melhores do que os que temos. Aí, dizem os críticos, a resposta é óbvia: dado este ser tão mau, qualquer outro é preferível. Mas afirmar isto é mostrar a própria ignorância. Porque, se não há soluções sem alternativa, em muitas circunstâncias más é habitual todas as variantes serem piores (...). Quem fala em soluções milagrosas, e alguns desses detinham o poder nos anos de delírio, só o faz porque oculta cuidadosamente os contornos da situação, acenando com hipóteses fabulosas. Aliás, em geral nem as soluções míticas se dignam apresentar. A verdade é que a maioria dos que repudiam a via que trilhamos acha que a sua justa fúria os dispensa de apresentar alternativas. Domina a ideia de "a troika que se lixe e depois logo se vê". Atitude bem portuguesa, que nos trouxe à crise.

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