segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Fascínio(s)



Homme libre, toujours tu chériras la mer! 
La mer est ton miroir; tu contemples ton âme 
Dans le déroulement infini de sa lame 
Et ton esprit n'est pas un gouffre moins amer 

Tu te plais à plonger au sein de ton image; 
Tu l'embrasses des yeux et des bras, et ton coeur 
Se distrait quelquefois de sa propre rumeur
Au bruit de cette plainte indomptable et sauvage. 

Charles Baudelaire

Quem nasce e vive sempre à beira-mar, cria nessa proximidade um inexplicável apego, que mistura  temor, enlevo e assombro, que é conforto e encorajamento, ou simples sentimento de harmonia com o universo. É como se a imensidão das águas tivesse em si, além da esmagadora beleza que lhe é inerente, uma transcendência que exalta e apazigua, que é príncípio e fim, símbolo do porvir, desejo de infinito.

(Fotografia de Isabel Santiago Henriques)

2 comentários:

  1. Quem nasce e vive junto ao mar ganha salitre :)) Ok, ok, estava a brincar.

    Bonitos versos e texto, a sério. Beijinho :)

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    1. Ahahah! Eu sei, Paulo, também tenho sentido de humor...

      Obrigada. Beijinho :)

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