segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Inevitavelmente, Eusébio!

 
Não sou benfiquista e não ligo nenhuma ao futebol. E, no entanto, hoje, é impossível não falar de Eusébio. Porque hoje, o dia é todo ele. E mesmo para quem, como eu, não liga muito a estas coisas, é impossível  não se deixar emocionar com o estádio da Luz cheio de gente a aplaudi-lo e a gritar por ele naquela última volta à sua "casa", como ele quis que fosse. Ou não se impressionar com a quantidade de pessoas à chuva, nas ruas de Lisboa por onde passa o cortejo fúnebre. Mas não é de admirar. 
Eusébio não é do Benfica, nem de Lisboa; é de Portugal e do Mundo. E por isso, hoje, o mundo inteiro é de certo modo português.
O que torna Eusébio excepcional e o eleva acima de todos os clubes, de todos os partidos, das esquerdas e das direitas, fazendo dele o mito que é está muito para lá da sua excelência desportiva e do seu imenso profissionalismo. O que há nele de mais tocante é a sua enorme e genuína simplicidade, a ausência de vedetismos parvos, a sua humanidade.
Lembro-me de o ver, mais de uma vez, no Fonte Nova, a tomar café entre amigos, quase anónimo, apenas mais um entre muitos. E isto, que é apenas um mero exemplo da sua humildade,  deveria servir de lição a todos os Cristianos Ronaldos desta vida e outros arrogantes deste meio e de outros, incapazes de lhe chegar, sequer, aos calcanhares.


2 comentários:

  1. Sou benfiquista e dou atenção 'q.b.' ao futebol. Porém, o momento que se vive não tem a ver com clubes ou com paixonetas sem sentido.

    A morte de Eusébio mexeu, e mexe, com o mundo inteiro.
    E para quem ousa dizer que é coisa de 'tugas', esta reportagem gigante, remeto-os para o Estádio Old Trafford, em Manchester, Inglaterra, onde antes do encontro entre o Manchester United e o Swansea City, com as três equipas perfiladas a meio campo, se homenageou Eusébio. Um estádio cheio, com toda a gente, de pé, incluindo atletas e árbitros, numa enorme salva de palmas.

    Os britânicos não esquecem os grandes senhores, como um dia não vão esquecer o ainda vivo Bobby Charlton quando partir. O próprio Bobby, chorou ontem a morte de Eusébio.

    Já agora, dizer que também hoje, no jogo entre o Real Madrid e o Celta de Vigo, Eusébio será, não tenho dúvida, fortemente aplaudido.

    Eusébio da Silva Ferreira foi mais que um enorme jogador do Benfica. Foi uma figura mundial. Talvez a única que no tempo do 'Estado Novo' levou aos quatro cantos do mundo, o nome de Portugal.

    Desculpará, Isabel, a extensão do texto, mas tinha que ser.

    Um beijinho e obrigado.

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    1. Não tem que me pedir desculpa de nada, António. De resto estamos de acordo. Eusébio é de todos e mais do que nosso é também do mundo inteiro. Mas, insisto: o que faz dele um grande senhor é, acima de tudo, a sua excepcional simplicidade, a qual deveria servir de exemplo a muitos.

      Beijinho

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