segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Ler e escrever


Confesso que não gosto nada dos "Deolinda", como também não costumo gostar particularmente do que escreve a Ana Bacalhau nas crónicas da "Notícias Magazine", aos Domingos.
Mas esta semana abro uma excepção. Porque o texto se refere, desta vez, à importância da leitura, da escrita e do domínio da língua materna. 
E agora que começa um novo ano lectivo, voltará provavelmente a polémica  relativa aos trabalhos de casa. Como se alguém pudesse aprender alguma coisa sem um trabalho individual e continuado de prática, de sistematização e de consolidação do que se vai aprendendo.
Diz assim:
(...) o domínio da língua materna irá influenciar a forma como nos relacionamos com o mundo. Para os mais materialistas importará saber que por mais afastada que pareça estar a profissão que se escolhe da necessidade de domínio da língua materna, quem de facto não adquira competências básicas nunca conseguirá passar de um certo nível na sua carreira. Afinal, os números têm que ser explicados, por escrito ou oralmente. As ideias, defendidas. As opiniões, debatidas. Mas para lá das profissões e sucessos materiais está o sucesso da nossa vida enquanto seres sociais.(...)
Se a língua nos aprisiona, porque, não a dominando, nos limita a expressão, o espaço comum que construímos será também menor. Se, pelo contrário, pudermos usar todas as ferramentas que ela nos dá para descrevermos o nosso mundo aos outros, então, o espaço construído será muito maior e mais diverso.
Para que possamos alargar o nosso mundo linguístico é obrigatório que leiamos tudo. Não apenas documentos técnicos, jornais ou revistas. A literatura é precisa também para que consigamos perceber todas as possibilidades de expressão que a língua nos oferece. E a escrita, uma necessidade de ordem prática, sim, mas também de ordem criativa.
Com as palavras moldamos o nosso mundo. É do nosso maior interesse portanto que saibamos lidar com elas da melhor forma para que o pequeno mundo que vamos construindo através do nosso discurso seja também o melhor possível.
A apetência para as palavras facilita, mas não desculpa quem com ela não nasça. (...) Em tempo de regresso às aulas, pareceu-me importante falar da importância da língua e do trabalho a que obriga o seu domínio. E, acima de tudo, vincar a recompensa que recolhemos depois de feito o trabalho árduo: o prazer de escrever por prazer. E de ler, acrescentaria eu...

2 comentários:

  1. Da discordância também nasce o apreço pela forma vertical como te afirmas.

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    1. É que estas questão dos trabalhos de casa "tira-me do sério"... :)

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