domingo, 20 de dezembro de 2015

Desilusão total


Ando há tempos à espera de ver um filme muito bom, daqueles que deixam marca em nós, o que já não (me) acontece nem sei desde quando. O último filme de Nanni Moretti, "Mia Madre", aplaudido de pé no Festival de Cannes e considerado excepcional pela crítica de modo quase unânime, poderia, pensei, reverter a situação. 
Gosto dos filmes de Nanni Moretti, de quem me lembro de ter visto pelo menos "O Quarto do Filho" em 2000 e "Caos Calmo" em 2008. Mas hesitei. Sei que os seus temas se situam na zona sombria da perda, do luto, ou da crise existencial. E o nome do filme não augurava nada de bom. Não tinha a certeza de estar preparada psicologicamente para o assunto, nesta fase da minha vida.
Depois lembrei-me de "Amour", de Michael Haneke, e  de como tinha valido a pena ver o filme, apesar do "murro no estômago" que ele representa também. E lá me decidi.
Mas não gostei. O filme não é tão deprimente como se poderia inicialmente supor, nem é um mau filme, longe disso. Mas não me tocou. Há nele qualquer coisa que falha, uma empatia que não consegue estabelecer-se entre as personagens e os espectadores e que o torna até, de certo modo, um pouco maçador, para lá de um ou outro detalhe mais conseguido. 
Enfim, será talvez de mim, mas de Nanni Moretti esperava muito mais... 

2 comentários:

  1. De murros no estômago andamos nós todos cheios. Daí eu ter decidido não ver o filme.
    Depois de ler a sua crítica, fiquei com mais 5 euros no bolso!

    ResponderEliminar
  2. Ahahah, Helena, bem visto. Mas também se não tivesse ido nunca saberia se ia valer a pena.
    Esta é apenas mais uma prova de que não adianta seguir a crítica. ;)

    Beijinho

    ResponderEliminar