domingo, 14 de fevereiro de 2016

A força das palavras



Um dos grandes encantos das línguas é o facto de cada uma delas encerrar em si uma visão do mundo que as torna de certo modo impossíveis de traduzir, porque qualquer equivalente que possamos encontrar  será já outra coisa.
Há o exemplo clássico da palavra "saudade", que alguns dizem ser um exclusivo do português, apesar de isso não ser inteiramente verdade. O difícil é transmitir noutra língua,  e numa só palavra, tudo o que ela encerra. 
Há depois o caso da palavra "rentrée",  que só em francês abrange a sua infinidade de sentidos.
E no que toca aos afectos,  - tão ostensivamente visíveis no dia de hoje, mesmo que as comemorações tenham o sabor do estereotipo e de uma visão demasiado formatada da vida,  - não há "je t'aime", "I love you", "ich liebe dich" ou "amo-te" (refiro-me apenas às línguas que conheço) que se aproxime da força arrebatadora de um "te quiero".


(...)
Te quiero vida mía,
te quiero noche y día,
no he querido nunca así.
Te quiero con ternura,
con miedo, con locura,
sólo vivo para ti.

(...)
Yo te seré siempre fiel
pues para mí quiero en flor
ese clavel de tu piel y de tu amor.

(...)
porque te quiero,
te quiero, te quiero,
te quiero, te quiero, te quiero
y hasta el fin
te querré.

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