quarta-feira, 23 de novembro de 2016

A tradição ainda é o que era



José da Câmara, que começa por ser um regalo para os olhos, comemorou no passado Sábado trinta anos de carreira, no belíssimo Teatro da Trindade.
Foi um concerto como uma noite de amigos, com todos os ingredientes com os quais sabíamos que podíamos contar: a voz grave, ligeiramente arrastada, que é a marca da família Câmara, o fado na sua vertente mais tradicional e mais aristocrata, as várias gerações presentes em palco, o que, pelas maravilhas que conseguem as novas tecnologias, incluiu até um dueto com o seu pai - Vicente da Câmara, recentemente desaparecido - , a evocação de quem já não está entre nós (Moniz Pereira, entre outros), o caminho percorrido ao longo de trinta anos, os fados incontornáveis, que cantámos juntos e de que "Cavalo Russo", "Lisboa à Noite"," Não venhas tarde", "É tão bom ser pequenino", "A Rosinha dos Limões" ou, naturalmente, a "Moda das Tranças Pretas" são apenas alguns exemplos.
Por mim, foi um espécie de regresso ao passado: revi amigos e emocionei-me com as lembranças dos "fados e guitarradas" de muitas noites bem passadas. Não se trata de saudosismo parvo, mas antes da doce nostalgia do que é sempre bom recordar.

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